— A HISTÓRIA —
A Génese do Crédito Agrícola

É preciso recuar ao longínquo séc. XV para percebermos como a lenta estruturação da noção de Estado, foi levando, lentamente, à ideia da necessidade de um bem estar geral, ou da Nação, bem diferente da ideia medieval em que o território não era mais que um mosaico de propriedades senhoriais.
As Misericórdias foram as primeiras instituições de socorro social com bens e serviços, como viriam a ser, igualmente em tempos de crise, os Celeiros Comuns iniciados ao tempo de D. Sebastião e instalados nos Municípios. No entanto, só no séc. XVIII, a Misericórdia de Lisboa abriria empréstimos monetários aos agricultores.
Na Europa, pós-Revolução Francesa, desenvolveu-se o mutualismo na ideia do Contrato Social e ao longo do séc. XIX, instituições semelhantes aos nossos Celeiros Comuns evoluíram gradualmente da circulação de géneros para a circulação de dinheiro, surgindo, assim, verdadeiras instituições de crédito agrícola.
Andrade Corvo foi um dos que se aperceberam dos novos ventos que corriam numa Europa aberta à Revolução Industrial, mas que não podia deixar morrer a agricultura. Entre 1865 e 1871 lançou propostas legislativas no âmbito do cooperativismo agrícola que nunca tiveram um incremento visível. No entanto, as ideias ficaram a germinar, dando substância aos sindicatos agrícolas que começaram a surgir.